segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cego

Meu nome é Paulo e tenho vinte anos. Nasci com uma  doença que comprometeu a minha  visão desde que nasci.

Meu maior desejo era poder descobrir as cores, as formas, a beleza das coisas. Poderia crescer triste e frustrado por isso. No entanto, este desejo fez com que eu desenvolvesse uma grandiosa habilidade: a pintura.

Sabe quando algo te completa?  Então, é assim que me  sinto ao pintar quadros com  meus sentimentos e sentidos mais aguçados. Mas tenho um sonho que gostaria de realizar, fazer a pintura de minha amada e conseguir olhar para ela e ver em seu rosto a expressão de felicidade. Sei que gostam dos meus quadros, pois sinto isso.

Mas acredito que não tem nada tão prazeroso quanto ver nos rostos das pessoas que a sua arte produz felicidade. Enquanto esse milagre não acontece, não me lamento, pois procuro descobrir prazeres de outras formas. 


Sou feliz, pois tenho minha arte, meu amor, minha família e é por conta disso que estou vivo e vivendo. Pintar é um mundo de sonhos e, enquanto imagino as cores, ninguém enxerga mais do que eu.

Mas quero viver na realidade, não em um conto de fadas. Pois nem toda dificuldade é bem vista pela sociedade, existem preconceitos que deveriam ser quebrados. 


Tá aí um outro sonho meu, e esse não precisa de milagre e sim de pessoas que tenham, no mínimo, empatia. E não me venham com mensagens de final de novela. Não preciso disso para viver a vida.


O conto de hoje teve a participação da Yukari, ex-colega de trabalho. Se quiser saber mais sobre ela, clique aqui.

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